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Porque é que 80% dos novos produtos lançados falham?

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Loopbacks de Desenvolvimento

De acordo com a Harvard Business School, todos os anos, mais de 30 mil novos produtos são lançados no mercado e, cerca de 80% destes, não cumprem os objetivos. O Desenvolvimento de Produto deve passar por um conjunto de fases devidamente caracterizadas, sendo elas: o Conceito, Planeamento, Design, Teste, Lançamento e, finalmente, a Produção. Este processo deve ser um fluxo contínuo e suave, com prazos devidamente definidos e vários pontos de controlo.

As decisões de produto e de processo são, normalmente, tomadas antes dos interesses do cliente serem devidamente compreendidos e da viabilidade do conceito ser devidamente comprovada. Isto terá um impacto no resultado final, agravado pela ausência de conhecimento profundo dos motivos pelos quais os produtos anteriores foram bem sucedidos ou não.

Tradicionalmente, os problemas associados aos produtos desenhados são descobertos demasiado tarde, obrigando a loopbacks no processo de desenvolvimento. Este facto leva a um consumo de entre 50 a 75% dos recursos de engenharia das empresas, com recorrentes problemas de qualidade, incumprimento dos orçamentos, atrasos na entrega, clientes insatisfeitos e equipas desmotivadas.

A abordagem de 4 passos

O Set Based Engineering (SBE) nasceu na Toyota e é uma metodologia que descreve quatro ações que consideramos fundamentais para que o seu projeto se posicione nos 20% que todos os anos têm sucesso, e não faça parte dos 80% que todos os anos falham:

1. Conhecer e definir os interesses dos clientes – para o desenho de novos produtos é crucial ouvir o cliente, ação aliada a uma inovação genuína que responda às necessidades reais do mercado e não a comportamentos dos concorrentes.

2. Realizar um plano de viabilidade – para relacionar os interesses do cliente com as decisões técnicas que têm de ser tomadas. Identificam-se trade-offs entre os vários interesses do cliente, com uma clara visualização do conhecimento adquirido. Uma set-based decision-making consiste em otimizar estes trade-offs, utilizando para isso o set-based knowledge resultante da colaboração de outras equipas no processo e reutilização de informação de produtos anteriores.

3. Implementar ciclos de aprendizagem – é frequente que existam desvios de conhecimento; isto contribui para a inexistência de informação sobre os trade-offs que permitam tomar decisões concretas. Nestes casos, realizam-se ciclos de aprendizagem compostos pelas seguintes etapas: estudo, construção de maquetes/protótipos parciais, teste e documentação de conhecimento. Os diversos testes são uma forma de tornar possível a definição do espaço de soluções conceptuais que na prática irão funcionar, além de se identificarem combinações de fatores e soluções que claramente são limites ao bom funcionamento: as opções inviáveis.

4. Realizar eventos de integração – engloba os líderes envolvidos no processo, pretende obter uma convergência sequencial de decisões que afunilam objetivos e que levam à eliminação das alternativas mais fracas. O objetivo final é selecionar a alternativa que melhor corresponde às expectativas e necessidades do cliente.

É desta forma que, tal como a Toyota, a sua organização poderá realizar um processo de Desenvolvimento do Produto com baixo volume de retrabalho e incumprimento, assim como elevada rapidez na entrada no mercado, possibilitando maior e melhor: compreensão do produto e do mercado, comunicação e negociação entre áreas e funções, partilha de conhecimento e incorporação da qualidade no produto. Inovar continuamente de forma a gerar negócios rentáveis e oportunidades de crescimento é o grande desafio para as empresas da atualidade, que aliam a tecnologia à busca pela diferenciação e liderança.

#investigação e desenvolvimento

 

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