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Como pode o Lean potenciar uma transformação?

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Os desafios que os vários setores da economia têm sentido para manter o crescimento dos seus negócios tem levado à adoção de metodologias que garantam equipas flexíveis, ágeis e inovadoras e ainda processos eficientes e com qualidade.

A Shell, Airbus e Nikkelverk concordam na relevância do Lean como metodologia para alcançar operações eficientes. Tal como debatido no evento Advancing Manufacturing, estas são a chave para o seu sucesso: organizar as equipas por value stream, envolvimento da liderança e a capacitação para a interpretação e análise de dados.

Organização por Value Stream

Tradicionalmente, uma empresa está organizada por função e cada departamento está focado na sua própria operação e responsabilidade. De acordo com esta estrutura, cada equipa possui um conjunto de tarefas relacionadas com a sua área de conhecimento, como por exemplo, a nível produtivo, equipas de soldadores ou de eletricistas. Neste modelo, é frequente existirem problemas de comunicação, equipas desbalanceadas, falta de flexibilidade e longos tempos de espera e validação.

Numa organização por value stream a palavra de ordem é agilidade. Neste tipo de estrutura, pretende-se acelerar o processo de criação de valor e aumentar o foco no cliente. Deste modo, todos os recursos são flexíveis e as equipas estão organizadas sob uma perspetiva end-to-end com foco no produto para o cliente. Voltando ao exemplo anterior, em vez de existir uma equipa de soldadores e uma de eletricistas, passa a existir uma equipa para a família de produtos A e outra da B, onde existem elementos com funções distintas em cada uma delas.

Pode também existir uma terceira equipa que não está alocada a qualquer uma destas famílias de produto e que serve para absorver a variabilidade da procura sempre que for necessário, passando a integrar a equipa A ou B. Com este tipo de modelo, também conhecido como organização agile, torna-se possível reduzir as ineficiências da estrutura funcional, garantindo um melhor balanceamento dos recursos, uma redução do Lead Time de produção, aumentando também o ownership e a motivação dos colaboradores.

Envolvimento da Liderança

O envolvimento da gestão de topo é considerado por inúmeros especialistas como o principal influenciador para o sucesso de qualquer tipo de transformação. De facto, a liderança deve ter um papel ativo de direção e de incentivo à ação, dando responsabilidade e autonomia às diferentes equipas para que a excelência possa ser alcançada de uma forma global.

Para demonstrar este suporte é essencial que os líderes tenham três comportamentos complementares: expressar, modelar e reforçar. Em primeiro lugar, expressar por que razão esta transformação é importante e fazê-lo de forma autêntica e genuína. Depois, modelar, isto é, liderar pelo exemplo. Para isso devem, não só praticar comportamentos como os gemba walks e as reuniões diárias de equipa, mas também tornar esta transformação prioritária e, desta forma, alocar recursos internos à sua implementação. Por último, reforçar através da promoção ou reconhecimento positivo dos comportamentos alinhados com os princípios da transformação em causa.

Interpretação de Dados

Com a evolução tecnológica e a digitalização da informação, o levantamento de dados relacionados com o processo produtivo tem vindo a tornar-se cada vez mais fácil. Na verdade, o esforço de medição e recolha de dados no momento da sua geração é hoje extraordinariamente reduzido. Tal, deve-se à informatização dos processos que torna essa recolha praticamente automática. No entanto, isso não significa que os dados registados, por si só, sejam suficientes para tomar decisões. É comum que os dados não sejam coerentes ou fiáveis e que, por isso, não sejam representativos da realidade da operação. Assim é essencial começar-se por definir quais as variáveis que é necessário medir, assim como validar o método de recolha existente. Para realizar esta verificação pode ser necessário confirmar os dados através de uma amostra de ocorrências. Após a garantia da fiabilidade dos dados, o foco deve ser a interpretação e análise dos mesmos com o objetivo de tirar conclusões relevantes e tomar decisões assertivas que contribuem para o processo de melhoria.

Implementar uma cultura de melhoria contínua é um processo de liderança que exige mudanças profundas em toda a organização, mas que potencia o desenvolvimento das empresas, garantindo a sua competitividade no mercado em que se inserem.

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