Durante centenas de anos, a Suíça foi o maior fabricante mundial de relógios. Em 1962, cientes dos novos rumos da tecnologia de medição do tempo, os suíços fundaram o "Centre Eletronique Horloger" (CEH), para desenvolver um relógio de pulso a quartzo. O protótipo - "Beta 21" - mostrou-se muito superior aos melhores relógios mecânicos, porém, e apesar do excelente desempenho do modelo a quartzo, as grandes fábricas suíças, face à posição bastante confortável que detinham no mercado, não se interessaram em apostar e desenvolver a nova tecnologia.
Americanos e japoneses acreditaram no sucesso do novo produto criado pelos suíços e aperfeiçoaram os modelos e, em 1970, registou-se uma mudança de paradigma que causou uma revolução na indústria e no mercado relojoeiro. Em poucos anos, os relógios a quartzo passaram a custar menos de 10 dólares e alcançaram o absoluto sucesso de vendas. A indústria suíça, despreparada para a súbita mudança de paradigma, mergulhou numa grande crise, levando centenas de fábricas à falência e inúmeras pessoas ao desemprego.
Apesar de ter mais de 40 anos, o caso suíço é um exemplo atual e cabal da forma como os paradigmas que nos trazem sucesso hoje não garantem êxito amanhã. Pelo contrário. Totalmente absorvidas por produzir, de uma forma geral, as organizações mostram resistência à mudança, não questionam a forma como executam, agem em modo automático, não restando tempo para refletir sobre como fazer mais e melhor. “Somos escravos dos nossos próprios hábitos”. A declaração é de Masaaki Imai, guru japonês reconhecido internacionalmente como o criador do método Kaizen, e resume, em poucas palavras, o status quo em que colaboradores e equipas de trabalho estão mergulhados.
É comum e é útil existirem regras e modelos, ou seja, paradigmas. O problema surge quando estes modelos são encarados como o único modelo para algo. É imperativo ter discernimento, irrequietude e coragem para reinventar, testar e implementar modelos pioneiros que permitam continuar a triunfar. O caso suíço desmonta a máxima de que “em equipa que ganha não se mexe” e reforça um novo lema: “Para continuar a triunfar há que saber mudar e melhorar”.
Problema:
Paradigmas…
- ... que desencadeiam resistência à mudança;
- … que geram colaboradores “amorfos”, apenas absorvidos por produzir, não dedicando tempo a refletir e a encontrar novas formas melhorar;
- ... que representam um bloqueio à conquista de novos sucessos;
Solução:
- Criar uma cultura de melhoria contínua envolvendo todas as pessoas, todos os dias, em todas as áreas;
- Dedicar tempo a questionar os paradigmas atuais e a encontrar novos caminhos alternativos;
- Pensar novas formas de fazer melhor em equipa.
Benefícios:
- Motivação e envolvimento dos colaboradores;
- Dinâmica de melhoria;
- Melhoria do produto e do serviço.
[Este post foi originalmente publicado em www.dinheirovivo.pt]